quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Análise: Jaula Enferrujada


A cidade é São Patrício, no noroeste do Estado do Rio de Janeiro. As cidades vizinhas a esta, e grande parte dos municípios maiores e menores da região, alimentam seus cofres públicos com o dinheiro da produção cafeeira, pecuária, ou o chamado turismo de aventura, com trilhas em cenários naturais e paradisíacos e competições de motocross. Em São Patrício, e em sua vizinha mais ao norte, Tábua Rasa, no entanto, não há muito que se admirar, nem um comércio avançado o suficiente que traga pessoas da capital e de outros estados para ocupar suas pensões e pequenos hotéis. Talvez por isso a população acredite que a velha lenda do lobisomem que habita a floresta seja uma jogada de marketing para chamar a atenção dos forasteiros para dentro da cidade. Para alguns, as noites de lua cheia são, na verdade, grandes oportunidades de negócios e de obtenção no dinheiro do caixa. Para outros, há um perigo real em noites como essas, e um enorme motivo para temer.
Em Jaula Enferrujada tento contar não exatamente uma estória de terror, mas sim uma estória livre de estereótipos, onde o leitor se deparará com fatos terríveis que não guiarão seus personagens a um desfecho heroico mas sim a um desfecho um pouco mais verossímil dentro do que se espera dos sentimentos humanos. O lobisomem em si não é um personagem de importância cabal aqui – aqui o que importa é entender o que sentem os personagens enclausurados em uma pequena cidade; com maior foco em Emília: uma moça que acabou de chegar à sua fase adulta atormentada pelo sentimento de prisão encerrado em seu âmago, uma jaula poderosa, mas enferrujada, prestes a ser destruída a qualquer momento.
Jaula Enferrujada é um romance de ficção que aborda temas como a fragilidade das aparências, a vontade de obter libertação intrínseca em todo ser humano, e a obliteração de sentimentos que não podem ser obliterados... ao menos, não por muito tempo.

“Tudo está fluindo. O homem está em permanente reconstrução; por isto é livre: liberdade é o direito de transformar-se”, disse Lauro de Oliveira Lima. Este pensamento traduz, e muito, o tema deste romance que escrevi e que tentei tornar mais do que uma estória de horror: um conto sobre como o ser humano está sempre em metamorfose, seja para tornar-se um anjo ou para entregar-se às trevas.
Marlon, um dos personagens deste romance, é um rapaz da cidade grande tentando se adaptar ao microcosmo chamado São Patrício. Emília é uma moça tentando se adaptar, sobretudo, ao convívio social. Quando os dois se encontram, acabam decidindo se aprofundar nos porões escuros da tradicional lenda do Lobisomem, cujos casos contados e testemunhas oculares fizeram nascer um rentável negócio para a cidade de São Patrício.
Diferente da estátua na entrada da floresta, a lenda pode estar mais viva do que nunca.

Autor: Diego Risan
 
Um livro de terror e aventura para quem gosta de Lobisomem e de amizade.

Análise de Gabriel Zanata

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